quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Estrela de Feijão Verde



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Um dia a minha mãe disse-me:
- Quando fores grande  também vais dizer aos teus filhos para pôrem os gatos na rua.
Isto porque eu contestava que quando ela era pequena tinha os gatos dentro de casa e até lhes limpava os bigodes com o seu guardanapo, para irritação do meu avô.

Enfim, agora sou grande e graças a Deus que os gatos continuam dentro de casa. Talvez porque não tive filhos, ou talvez porque nunca tenha verdadeiramente crescido. Eu sou como era, e sou a minha mãe que limpava os bigodes aos gatos, e não sei mais quantas crianças pelo mundo fora que insistem que os gatos e os cães são para estarem onde bem lhes apetece, dentro ou fora de casa.

Aranhuscas, a gata velhota da casa
Brancolinho

É essa ausência de fronteira definida, entre onde começa o meu território e acaba o deles que hoje, na nostalgia da casa vazia de humanos (por uns dias apenas), sinto um conforto incompreensível na companhia silenciosa destes bichos. Enquanto me sento à mesa, depois de uma intensa aula de yoga, a comer uma sopa de tomate e feijões verdes da horta, olho-os compenetrados no simples prazer de estar e ser. Como pano de fundo a música da Fiona Joy Hawkins faz o resto, preenchendo os espaços vazios que sobram.

Ah, já me esquecia, a estrela de feijão verde ... Sinto-me também feliz  porque hoje consegui apanhar uma estrela de feijões verdes. Depois do fiasco da minha primeira plantação desta leguminosa, fiz uma segunda tentativa tardia, já no fim de Agosto ....  estão lindos. Há umas horas atrás encontrei-os cheios de flores e com pequeninas vagens e estes que coloquei na estrela que coroa o post, foram a minha primeira colheita.

Nota de rodapé: todas as fotografias dos bichos foram tiradas esta noite enquanto saboreava a minha sopa e contemplava a companhia deles.
Papotamo

Pilrita, ou Pilritinha porque ela é mesmo pequena

Truma, a tentar convencer alguém para lhe fazer uma festa na barrinha. A brilhar, por detrás, os olhos da Meia Leca

2 comentários:

  1. Que texto tão lindo.
    As fotos também.
    Que bom uma parte de nós nunca ter crescido.
    E uma estrela de feijão verde pode ser algo precioso, mas é preciso saber olhá-la e perceber o seu valor.
    Gostei muito. Obrigada por o teres escrito.

    Paula

    PS- Os nossos bichos também estiveram sempre dentro de casa, ou onde quisessem estar :)

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  2. Quinta da Vinagreira3 de outubro de 2013 às 17:23

    Obrigado Paula, é bom saber que momentos como este não alimentam só a minha alma. E é claro que os teus bichos só podem ser livres como tu ;)

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