terça-feira, 31 de outubro de 2017

Aconchegos de Outono: sopa de caiotas, beldroegas e salsa.


Ah, hoje fez um daqueles dias maravilhosos de Outono. Aquele tempo calmo em que sussurra o silêncio. Apetece deambular por baixo das árvores que se despem, e pela horta, onde tudo está em fase de adormecer, depois da euforia da frutificação do Verão.  Nestas deambulações contemplativas, com três mini-gatos a correr ao meu lado, quase atropelei estes belos raminhos de beldroelgas.

Hmmm..., que viçosas! Já sei para onde estas vão. Direitinhas para o tacho, para a sopa de caiota e beldroegas. E, como a salsa pesponta na horta, está decidido, será mesmo é uma sopa de caiotas, beldroegas e salsa.


Temos jantar. Cá na quinta as noites na mesa são sempre à volta de uma panela de sopa. O patrão não aprecia demasiado o conceito, mas entre ter de fazer o jantar e comer as minhas sopas, opta pela segunda opção.

Sem dúvida que uma das belezas das caiotas é mesmo nas sopas. Substituem alimentos mais calóricos, como a batata, e fazem uma base de sopa maravilhosa. Penso que nesta altura do ano não há uma única sopa sem caiota cá por casa. Deixo-vos esta receita, entre tantas outras possíveis e deliciosas opções.



                 IMPRIMIR A RECEITA



Moqueca de caiota e um galinheiro móvel

O dia todo a fazer um galinheiro móvel para as galinhas.
Não está a correr bem.
As galinhas não estão felizes, mas em contrapartida os gatos sim. Ficam fora do galinheiro a fazer pressão psicológica. Pode-se adivinhar porque as galinhas não estão a usufruir da experiência. ;)



A ideia deste galinheiro é ser muito móvel e versátil, para caber em todos os recantos do quintal. Todas as partes são móveis, para não ser uma estrutura fixa. A ideia até funcionou, mas a casa para se abrigarem e, claro, se sentirem inspiradas colocarem um ovo, é que me está a dar cabo da cabeça. Os meus dotes de carpinteira deixam um pouco a desejar e, até agora, as várias tentativas levadas a cabo resultaram em sucessivas frustrações.
Enfim amanhã é um novo dia...
Agora tenho um rato a cantar no estômago ... Está na hora de ir para cozinha e dedicar-me à "Ode das Caiotas".
Temos hoje na ementa moqueca de caiota.
Uma pequena delícia inspirada numa receita de moqueca de tofu da Gabriela Oliveira.

Adoro esta receita porque é rápida e deliciosa. Acompanhada com um arrozinho e uma salada, faz um almoço de reis. Deixo-vos então com mais uma sugestão para as vossas caiotas/chuchus. Deliciem-se.

INGREDIENTES (2 pessoas de muito alimento ; ) esta é a medida cá de casa)

  • 2 caiotas grandes
  • 1 cenoura
  • Tiras de 1/2 pimento 
  • Tomate triturado (1/2 lata 400ml)
  • 1/2 cebola média
  • 2 dentes de alho
  • azeite q.b.
  • 2 c. sopa de limão
  • 1 lata de leite de coco
  • 1 malagueta pequena (opcional)
  • Coentros
  • 1 folha de louro
  • Pimentão-doce ou paprika q,b.
  • Cominhos q.b.
  • Sal q.b.
  • Modo de Preparo
  1. Descasque as caiotas e cenouras  e corte-as aos bocados
  2. Pique a cebola e os alhos
  3. Refogue em azeite até alourar a cebola e o alho
  4. Junte as caiotas e a cenoura, refogue um pouco e adicione o tomate
  5. Coloque os temperos, a folha de louro, o pimento e o sumo de limão mexendo bem
  6. Adicione o leite de coco, a malagueta e os coentros. Deixe apurar um pouco e rectifique o sal.

VARIAÇÃO 

  1. Substitua as caiotas por tofu

DICA

  1. Para descascar as caiotas e não ficar com a goma das mesmas nas mãos, faça-o debaixo de água corrente.

segunda-feira, 30 de outubro de 2017

Uma Ode Às Caiotas

Crescem como monda
São uma praga no meu quintal
Não sei o que fazer com tanta caiota
Caiotas, não sabem a nada

A sério??!!!!

Se não gostam, se são demais e não sabem o que fazer com elas, tenho a solução ideal para si

 MANDEM-NAS TODAS PARA A QUINTA DA VINAGREIRA

As caoitas/chucus crescem como monda em todo o lado menos na nossa horta. E eu adoroooooooooooo-as.

São  lacreme de la creme do Outono na cozinha da quinta. Sim é verdade não sabem a grande coisa, mas por isso mesmo a sua versatilidade é incomparável. Sopas, acompanhamentos, pratos principais e sobremesas, servem literalmente para tudo. Cá em casa nunca me canso de as usar. Quantos mais tenho, mais uso. Como-as eu, o Marido, os convidados, os cães, os gatos e as galinhas ...

E dizem-me que não sabem o que fazer com elas.
Por Amor de Deus. É tempo de trazer as coiotas ao seu devido lugar.
E por uns dias é isso que vou fazer, uma Ode às Caiotas, partilhando convosco algumas das minhas receitas preferidas. E se vocês tiverem também alguma receita de eleição com caiotas enviem para a quinta vinagreira (vinagreira@gmail.com) e publicarei aqui, para crescermos esta linda corrente de veneração da caiota. ;)

Vamos elevar a caiota ao estatuto que ela merece

Ok, deixei-me levar um pouco pelo entusiasmo. Talvez a caiota não seja o melhor legume do mundo, contudo é um grande legume e merece um lugar nas nossas cozinhas.
Para além da sua versatilidade culinária,  apresenta inúmeras propriedades benéficas  para a saúde, sendo indicada para diabéticos, gota, artrite, pedra nos rins, regulação de água no organismo, baixar o colestrol e controlar o peso. Isto tudo devido ao seu alto conteúdo em fibras, vitaminas, minerais, aminoácidos e pouquíssimas calorias (I keep fowlling in love with you caiota ;) ).

Para terminar por hoje e começar a odisseia das caiotas deixo-vos algo doce que nada tem haver com as propriedades de perca de peso das caiotas. Contudo ontem choveu. Choveu e muito. Apeteceu algo para adocicar a alma que estava desconsolada e assim nasceu um pudim de caiota para tardes chuvosas.

Deixo-vos esta pequena delícia para iniciarmos docemente esta Ode às Caiotas :)

PUDIM DE CAIOTA

Ingredientes

  • 500gr de caiota cozida
  • 2 Colher(es) sopa de farinnha trigo
  • 2 chávenas de açucar
  • 3 ovos
  • Raspa de 1 limãoo ou de laranja
  • 200 ml de leite
  • 100 gr de coco ralado

  • Modo de Preparo
  1. Descasque e coza as caiotas.
  2. Numa forma coloque uma chávena de açucar e leve a lume para caramelizar as forma
  3. Junte todos os ingredientes no copo misturador e depois coloque na forma caremelizada.
  4. Leve a cozer no forno em banho maria por cerca de 40 minutos (dependo dos fornos)

VARIAÇÃO SEM GLUTEN SEM LACTOSE

  1. Substitua a farinha or 4 colheres de sopa de amido de milho MAIZENA
  2. e o leite por leite de coco

DICA

  1. Para descascar as caiotas para não ficar com a goma das mesmas nas mãos faça-o debaixo de água corrente.

sexta-feira, 23 de junho de 2017

43

Quarenta e três, é muito? é pouco?

Não faço ideia, mas é os que tenho, é os que fiz hoje, e souberam-me por uma vida inteira. Ahhhhh. São uma vida inteira. A minha vida inteira.

Há quem não goste de celebrar o dia em que nasceu.
Eu adoro.
Adoro celebrar esta coisa que é a vida. É algo espantoso. E quando me dou ao trabalho de pensar sobre isto (pensar não é algo que goste demasiado de fazer, embora continuo a fazer em demasia ;), espanto-me sempre e cada vez mais, pois isto de viver é uma experiência sublime.

Hoje foi um dia em cheio de celebração. Fui puramente egoísta. Dediquei-me só, e exclusivamente a mim.

Primeiro banho do ano, num mar incrivelmente azul (friooooooooo, brrrrrrrr);
Caminhada por mais um recanto mágico desta terra. Esta ilha nunca me deixa de espantar;
Piquenique numa bela sombra a olhar o mar;
Yoga por aqui e por acolá;
Gelado em São Mateus;
Passeio de fim de tarde com as cadelas, com escapadela para leitura no meio dos pastos;
E agora um jantarinho preparado por aquele que me acompanha em tudo...a minha cara metade;

E marchas na noite Sanjoaninhas?... Naaaaaaa, nem pensar ...  fico em casa, na quinta, no ninho a escutar a música destes silêncios caseiros, bons demais para trocar pelo ruído da festa.
Assim, posso ficar aqui a imaginar que toda gente dança e canta hoje na cidade para me celebrar.

É verdade, ainda recebi como prenda especial um dia maravilhoso de sol, mar e céu azul. Obrigado

Há melhor que isto? Hmmm, não me parece. Que venham mais anos, quero mais :)







domingo, 7 de maio de 2017

Legado de Mãe

Hoje acordo de novo na Quinta.

Foram quinze dias fora, a vaguear pelo país, de Norte a Sul com paragem no Centro.
Chegada a casa, fico impressionada como tudo cresceu. Ervas, flores e as hortícolas.
Indecisa para o almoço limitei-me a ir ao quintal observar e questionar:

- O que precisa mais urgentemente de ser colhido? ... os nabos mostarda, a cabeça de nabo e os coentros que já espigam. Decididamente um repolho que já está no ponto e um alho francês que já se vê uma flor a nascer. Ah, mas tenho de apanhar umas folhas de  couve kale. São as primeiras, não resisto. Não posso esquecer de ir buscar os ovos.

E com isto, podem imaginar, vim de cesto cheio para a cozinha e com ingredientes de sobra para um almoço.

Depois de passar estes quinze dias a comprar tudo, até uma insignificante folha de salsa, estar em casa com um prato cheio de ingredientes que estão apenas à distância de uma mão, é qualquer coisa de maravilhoso, que as palavras não me bastam.

Sinto-me feliz...e rica no meio desta abundância. E devo-o à minha mãe. Sim, à minha mãe. Não que ela me cultive o quintal, contudo deixou-me o legado de amar a horta e de sentir um prazer absoluto nessa simplicidade de semear e colher.
Dedico esta minha colheita a ela, porque dizem que hoje é o dia da mãe Ahahahhaha como se ela precisa-se de um dia .... Abraço doce querida mãe


Mãezarrota orgulhosa com a sua colheita

domingo, 19 de fevereiro de 2017

Como Começar o Dia

Acordei rabujenta. Precisava de mimos.
Fui até ao Queijo Vaquinha e tomei pequeno almoço como é dado: bolo lêvedo com queijo vaquinha e um belo galão. Os "donetes" ainda me acenaram do tabuleiro. Sou forte ;) e resisti.
Mais aconchegada, pus-me a caminho. Apanhei a princesa, disse-lhe que íamos dar um passeio de burra. Fraziu o nariz, mas vestiu o seu fato treino cor-de-rosa e sapatilhas a condizer, porque uma princesa mesmo para andar de burra, é sempre uma princesa. E lá fomos nós a caminho da Quinta Basalto Horse Experience.

Apesar do sol não brilhar, estava uma manhã calma. Deambulamos na companhia de mães com petizes de colo, e a Mónica com os seus cães, nos envolvendo com as histórias dos recantos da quinta e dos seus habitantes. A caminhada conduzia-nos entre os pastos e o arvoredo, ao encontro das éguas e das burras. As únicas que tem autorização de pastar livremente pela quinta. Por entre as silvas, ouviram-se sons e começaram aparecer duas cabeças. A Fada e Adelaide, logo depois a Caipirinha e a Antonieta.


Após o encontro...hmm..não vou revelar, deixo apenas algumas imagens para dar o aroma. Posso dizer contudo que estar entre cavalos, cães, burras no meio do campo, num dia suave é uma benção para qualquer alma rabujenta. Aconselho a todos um passeio e uma experiência nesta quinta de São Bartolomeu. Basalto Horse Experience é must visit para todos os turístas e terceirenses.









É verdade e o impensável aconteceu...a princesa montou. Bem não foi a burra, sim claro, nenhuma princesa anda de burro, foi mesmo num cavalo branco de olhos azuis como os dela ;)


Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...