sábado, 4 de maio de 2019

Viagem onde o sol se põe - I


Esta é uma viagem há muito prometida, e há muito adiada. Esta viagem chegou agora. Fizemos uma mala, e partimos em busca do sol para ocidente. O último pedaço de terra de Portugal, e da Europa. Aquelas duas migalhas perdidas nas lonjuras do Atlântico: O Corvo e as Flores.
Viemos para redescobrir, e descobrir juntos. Para experienciar cada recanto, decidi expressá-lo e partilha-lo através do Yoga AnahataGaia. Aqui fica o relato de 7 dias através das palavras e  posturas de Yoga que cada lugar me inspirou. Vamos a isto? ;)

Aterramos nas Flores num dia limpido, de céu azul e solarengo...olhamos o topo da ilha, e temendo a má fama das tempestades, nevoeiros e chuvas quisemos apenas guardar as malas no nosso ninho, a Barraka, situado na Fazenda das Lajes, e rumar ao topo.

Esperava-nos o sorridente Marco, francês radicado na ilha com a sua mulher Camile, que criaram este ninho onde nos recolhemos. Ao entrarmos foi evidente que era uma casa com alma, aqui cada recanto, cada peça de mobiliário foi feita por mãos de pessoas para receber pessoas. Senti-me logo em casa.

Já no planalto, apesar de já termos aqui estado há mais de 15 anos atrás, não conseguimos deixar de nos espantar novamente pela esponja gigante da qual o topo desta ilha se reveste. Como um gorro ou um colchão, as turfeiras cobrem tudo, num espesso manto ... Não há dúvida, quem manda aqui é a Água, este é o seu domínio. Este manto é esburacado aqui e acolá com as indecentes lagoas, e rasgado constantemente por ribeiras que tentam inutilmente vazar a água que se acumula.

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Passamos o que restava no dia na exploração de cada nova lagoa, sempre em busca de pássaros e claro, o Carlos na escuta constante dos "balidos" de narceja no céu. Eu tentava descubrir as plantas que muitos anos antes havia prospectado. Fui surpreendida pela imensa quantidade de folhados (Viburnum treleasei), que agora começavam a florir e com os bafo-de-boi (Ranunculus cortusifolius), duas espécies açorianicimas que estou certa contribuiram com a sua companheira cubres para dar o nome de Flores a esta ilha. Certo que hoje, talvez os visitates acreditem que o nome vem das hortênsias e conteiras que se espalham por todo o lado, e é certo que trazem colorido a estas paisagem dominadas de verdes, contudo competem ferozmente com a natureza pristina desta ilha.



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