Em dias de chuva olha-se pela janela e suspira-se pela horta lá fora, suspira-se pelo sol, pelo bom tempo. Depois acende-se o fogão de lenha, tende-se um pão, prepara-se um belo repasto para compartilhar à mesa com os amigos em honra do Espírito Santo. Os gatos e os cães, recolhidos no calor da casa, estendem-se pelo chão, e a família torna-se um ovo, aconchegados uns à volta dos outros. Passados uns instantes, olhamos novamente pela janela e para as gotas de chuva presas no vidro, e sorrimos com o coração. Então é o momento em que as palavras do poeta nos chegam à alma e ecoam na cabeça:
Um dia de chuva é tão belo como um dia de sol.
Ambos existem; cada um como é.
Alberto Caeiro, in "Poemas Inconjuntos"
Ambos existem; cada um como é.
Alberto Caeiro, in "Poemas Inconjuntos"
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