domingo, 23 de março de 2014

Hoje sinto-me lua ...

Acordo ... espreito pela janela, e lá fora um nevoeiro espesso forra todos os recantos da paisagem. 
A terra hoje só se revela ao coração.
 Tenho vontade de me recolher!
 Recolher-me na luz da lua e na sabedoria dos mochos.
 Espreitar as estrelas e tocar no mistério das coisas.
  Domingo recolhido, domingo noite, domingo em que o sol dá lugar à lua e 
os mochos piam dentro de mim.


quinta-feira, 6 de março de 2014

Conecte

Enquanto o meu homem procura novas aves na Pedreira da Praia, eu deixo-me ficar. Sentada, no lugar do costume, já percorri as lagoas com os meus binóculos. Vi pilritos, gaivotas, pernas longas, maçaricos-galegos, tarambolas, borrelhos e outras coisas mais.

Para além da paisagem humana, dos cheiros pouco puros, há aqui, também, uma tranquilidade especial. As aves, esses bichos livres, que vem de paragens longínquas até a estas ilhas, enchem o espaço de uma liberdade que é só delas. Sinto-lhes o voo, e ouço-lhes as vozes que me embalam. Então, deixo cair os olhos, e quando dou por mim, já viajei para espaços internos distantes.



sábado, 1 de março de 2014

Laranjas para um dia de sol


Hoje dia de sol, dia de meditação, dia de laranjas transformadas em bolo.

Se escolhesse o bolo da minha vida, seria um deste fruto, bem regado com o seu sumo, dando uma consistência húmida à massa e deixando o seu sabor cítrico desfazer-se na boca. 

Neste caso estamos perante uma adaptação vegan, de um bolo para preguiçosos, tal como eu. Coloca-se tudo no liquidificador, aperta-se o botão por duas vezes, massa para a forma e forno com ele. Mais simples? Difícil.
As laranjas vieram das quintas do Pico, onde o ar é outro e as laranjas sabem a casa, a ilha e a montanha.

Na primeira versão segui a receita original, com ovos. Na segunda tentativa, tirei os ovos e adicionei uma chávena de água com uma colher sopa de sementes de linhaça. Quando colocado à consideração familiar a resposta foi a seguinte: “A diferença não merece gastares os ovos preciosos das nossas galinhas”. E pronto, agora a versão é sempre vegan e, claro, adicionando o dito suminho por cima, que também não fazia parte da receita original. O resultado é qualquer coisa entre o pudim e o bolo, por isso, se é daqueles que gosta de um bolo fofinho, este não é para si.



Aqui fica a receita deste bolo solar:

Colocam-se no liquidificador:

2 laranjas com casca, cortadas, tirando apenas os topos;

2 chávenas de açúcar;

1/2 chávena de óleo;

1 colher de sementes de linhaça demolhadas (deixar algum tempo para ganhar goma) numa chávena água;

e bzzzzzzzzzzzzzzzzz liquidifica-se.


Segunda parte

Junta-se ao preparado anterior:

2 chávenas de farinha;

1 colher de sopa de fermento;

E bzzzzzzzzzzzzzz liquidifica-se.


Forma com ele e vai ao forno. O tempo de cozedura não dou, pois cada forno é um forno, mas é coisa para cozer perto de uns 45 minutos. Depois de cozido fura-se com um garfo e rega-se com sumo laranja. Para os mais gulosos, pode-se ferver antes o sumo de laranja com pouco de açúcar.


E agora é só deixar o sol brilhar nas vossas bocas :)

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