Os novos habitantes da Quinta, os livros, provocaram uma revolução de arrumação. Inevitavelmente fiz recontros e, também, algumas despedidas com muitos dos objectos que se acumulam no fundo das gavetas nunca mexidas.
Os cds da casa, como tudo o resto, mereceram uma revisitação. Nestes dias a música foi sendo debitada por vozes e toadas perdidas no pó dos armários. Não nos apercebemos, mas no ritmo dos dias acabamos sempre por ouvir e voltar a ouvir as mesmas músicas, enquanto outras teimam em ficar esquecidas. Assim reencontrei a Tanita, apenas em parte. Estava lá a caixa, mas o cd esse tinha partido para parte incerta. A verdade é que me deu uma vontade imensa de deixar a sua voz melancólica e outonal ecoar por estas noites mais geladas da Quinta, onde me encontro só outra vez.
A vontade é assim, um pretexto para fazer acontecer. Pus-me à sua procura na internet e encontrei-a com algumas das minhas canções favoritas. Pedi-lhe uma nota e ela veio comigo até a este cantinho do mundo.
Então, nesta noite solitária de Novembro, enquanto introduzo inquéritos intermináveis, deixo-me aquecer pela voz da Tanita Tikaram e uma caneca de chá de cidreira & alecrim.