quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Frascos,Frasquinhos e Frasquetes ...

Final do Verão, aproximando-se Setembro, começa um tempo tropeção, com chuvadas graúdas, aragens frescas e mares mais agrestes. Vai-se tornar escassa a fartura do Verão e a ideia que o ano não é feito só de dias de sol começa a tomar espessura no espírito. È por isso a altura ideal, de tal como as formigas, armazenar para o longo e sempre difícil Inverno.

È o tempo das uvas, dos figos, das amoras, das uvas-da-serra...sim é esse tempo adorável das compotas, mas também dos pickles (curtumes). È altura de enfrascar, se me permitem o termo.
Adoro este acto de armazenagem. Primeiro é claro porque ele é sempre antecedido pela recolha, e a recolha implica campo, ar livre e passeios. Adoro pegar no meu saco e ir por essas canadas recolhendo os frutos que o Verão ainda oferece.
Tenho o verdadeiro espírito do recolector e por isso talvez o mês de Setembro é o meu mês favorito por excelência.

Este ano comecei as minhas artes recolectoras ainda antes deste mágico mês. Era ainda Julho e já andava eu a deambular em busca de qualquer coisinha para apanhar. Andava pelas rochas do Pico a apanhar perrexil, pelos campos da ilha em busca de oregãos e poejo. Enfim, consegui um bom molhe de oregãos, bons para o Inverno, e 17 frascos de curtume.

Um dos meus frasco coloridos de curtume

Este ano não podia falhar o curtume. Tenho sempre na memória os grandes frascos de vidro grosso que a minha mãe enchia de perrexil, tomates verdes e cebolas e que nos alimentavam o Inverno inteiro. Este ano em casa dos pais, com o quintal da minha mãe e a sua orgulhosa cultura orgânica, haviam os ingredientes todos, só faltava mesmo um bom molhe de perrexil da beira costa. E assim foi que entre passeios de saco na mão colhemos o sufiente para esta bela quantia de frascos coloridos que decoram agora o topo do meu frigorífico.

Embora mais uma partida se avizinhe espero na chegada ainda encontrar umas amoras e que os meus figos se resolvam a amadorecer. Quero encher a casa de frascos, frasquinhos e frasquetes cheios de Verão ...

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

O dia à dia da Odisseia de uma Dieta ...

Hoje foi mais um daqueles dias pecaminosos. Candida,a  minha amiga do coração, fez hoje os seus 38 aninhos. Já agora um grande Parabéns a ela, principalmnete porque agora fica mais velha que eu..ahahahha. E anos de uma melhor amiga a que vos cheira no regime diário de alguém que anda em dieta? Mal, só pode. Entre uma bela feijoada e o bolo absolutamente pecaminoso da Liliana, lá cá vieram parar mais umas fabulosas calorizinhas...

Bem, mas mudando de assunto para não deprimir em demasiado...para além de que amanhã vou dar uma caminha dupla em mote de compensação, vou hoje aqui deixar, a pedido de algumas famílias, o dia a dia (o bem comportado, é claro) da odisseia de uma dieta. O que tirei e que o que introduzi nas minhas deambulações diárias.
Assim digamos que a lógica geral foi comer menos e fazer mais exercício. O dia começa então assim:

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Regresso...

Após o suspense do dia da verdade, fiz um silêncio profundo aqui no blog. Este podería agoirar um abandono do meu objectivo, talvez face a um resultado pouco simpático da balança...Tudo errado, se os meus seguidores pensavam que desistia, nem pensar nisso. É que alguns contratempos apareceram no meu caminho e afastaram-me desta vida de bloguista. Primeiro foi a balança. Como queria me pesar numa balança de farmácia, já que a primeira pesagem tinha sido feita numa destas e acreditava assim mais no resultado, vi o meu plano ir pela água abaixo, pois a balança da farmácia de São Roque do Pico estava avariada..ups...e depois seguiram-se rigorosamente as férias viajando para a outra ponta do arquipélago, para Santa Maria e depois para São Miguel e onde a internet não fazia parte dos meus planos. Só atraquei novamente na Terceira antes de ontem e só ontem fui à mesma farmácia e à mesma balança saber o veredito de quase 1 mês e meio de dieta. Escusado será dizer que estes 10 dias de férias mereceram quase todos uma cara feia. Poucas caminhadas e provas da gastronomia local das duas ilhas, não me permitiram grande fidelidade ao plano da Odissei de uma Dieta.

Vamos fazer resumo das férias do ponto de vista da Odisseia:

:) - Pontos Positivos  - tiveram nos pequenos almoços em Santa Maria, sentada na nossa casinha do Arrebentão em Santa Bárbara, contemplando a paisagem e comendo pão (caseiro belícimo, mas sempre em doses controladas) acompanhado de queijo fresco. Alguns jantares bem comportados, as meloas da Graciosa, umas braçadas na Praia Formosa e o passeio à volta da lagoa das Furnas.


Vista da mesa do pequeno almoço. Arrebentão, Santa Bárbara (Santa Maria).

Lagoa das Furnas
:( Pontos negativos (mas cheios de prazer) - tiveram nas alheiras de Santa Maria, nos bolos lêvedos quentinhos das Furnas, na visita pecaminosa ao Cantinho do Cais, restaurante que passa desapercebido na freguesia de São Brás. Vale a pena dar uma escapadela aqui para quem quiser se deliciar com uma comidinha caseira. A entrada é feita sempre com uma bela sopa de peixe. E depois um cardápio mais rico em peixe de onde eu escolhi o delicioso molho de peixe...qualquer coisa de divinal...quem quer comer bem em São Miguel não escape a este cantinho e para mais tudo gente simpática....depois ainda houve um churrasco com amigos na Ponta do Sossego e uma pizza no 7 Arcos no Nordeste....que dias uuffff
Restaurante Cantinho do Cais em São Brás (São Miguel). Um cantinho de gastronomia pecaminosa.

E agora vamos ao que interessa ...!!!


Como estamos de quilinhos?????!!!!

Lá saltei para a balança depois de um momento de puro sofrimento porque faltava papel e a menina da farmácia não atinava a metê-lo na máquina...já pensava eu: mais uma avariada, os deuses estão contra mim. Enfim, mas lá o papel entrou eu saltei para a máquina, meti a moeda...trrrrrr...e saíu o Papel...



Tarammm...o papelinho dizia. 61, 35 Kg iuuupiiiiiiiiiiiiiiii

Lembram-se o primeiro papelinho dizia 67, 10. Feitas as contas e os descontos (já que tinha uns ténis na primeira pesagem que devem ter para aí quase 1 kg) perdi à volta de 5 Kg....Nada mau...quase que num mês conseguia fazer o que quero num ano...quer dizer que posso comer agora à fartazana...ehehehehhe...nnannananan. Voltaram os tempos de austeridade, hoje já tenho caminhada planeada, almoço leve e jantar sopinha....

Hoje é um dia Feliz na Odisseia de uma dieta

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

O dia da verdade aproxima-se ...

Amanhã será o dia da verdade. Um mês e 4 dias após ter iniciado a odisseia da dieta, é sem dúvida tempo de balanço. Terei de submeter à verdade da balança. Foram muitos dias de bom comportamento com alguns deslizes pelo meio, mas sempre bem justificados. Vejam lá o meu mapa do mês de Julho.




Esta carinha feia do último no estado de hoje da Odisseia de uma Dieta deveu-se a um jantar de amigo.

 Há pessoas diferentes e pessoas que nos inspiram pela sua teimosia em ser o que são. O Décio de Santo António do Monte é uma destas pessoas. Vive como acha que se deve viver e não como os outros acham que se deve viver. Habita numa casa simples, que vem recriando à sua medida, pintando cada quarto de uma cor, como se aquela casa fosse uma arco iris, tal como a sua vida é. E depois é um homem livre, vive do que planta, dos amigos que junta, do calor dos seus animais, da sua música, da sua chamarrita. Não tem emprego. Sabem daqueles que se ganha um ordenado ao fim do mês. Tem um trabalho. Planta, cava, rega e mima a sua agricultura, que a faz para si e para os pássaros, os caracois e outros tantos que precisam de comer. Ele diz: planto já contar com eles e dá para todos.
Abedicou da televisão. do computador, do telemóvel e do dinheiro fácil como guia turístico. A vida é simples nós é que a complicamos..é inevitávelmente sentir isto na sua presença. E sentimos mais, sentimos um apelo a essa originalidade, a esse viver simplesmente.
Digam-me então como poderia eu recusar um convite para jantar do meu amigo Décio? Nunca. Assim dei por mim num serão no seu balcão, porque dentro de casa o calor do fogão de lenha tornava impossível a permanência, sentada numa mesa de madeira a conversar noite fora, acompanhada de umas filestes de peixe porco fritas, umas batatas brancas daquelas que se desfazem quando cozem, umas corgetes grelhadas, uma bela sopa de beldroegas e ainda um vinho de cheiro feito na casa, está claro. Para sobremesa veio uma aguardente de nêveda que escorregava depressa demais para quem ainda tinha de fazer uns kilómetros para o outro Santo António que não o do Monte.
E amanhã cá estarei com um mês de dieta, de aventuras, de deslizes ...tudo em prôle de menos uns kilos e mais umas alegrias nas desventuras e venturas da Odisseia de uma dieta.
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