Hoje nas Flores foi dia das terras baixas. As nuvens cobrem o planalto central e, apesar de algum vento, ainda conseguimos uns pedaços de sol para nos acompanhar.
Se a Fajãzinha e o Mosteiro são cantinhos desta ilha onde, sem dúvida nenhuma, me imaginaria a viver, junto a esta lista a Costa do Lajedo.
Santa Cruz das Flores serviu-nos para mergulharmos na história da ilha. Visitámos o museu, no antigo Convento São Boaventura, recuperado recentemente. Um museu pequeno, que permite uma boa abordagem à ilha, revelando pormenores que de outra forma nos escapariam. Encontrei aqui a resposta à inesperada qualidade da manteiga florentina que compráramos. Pensei que tinha sido um golpe de sorte, mas no museu vim a descobrir que há muito as Flores está entre as primeiras ilhas dos Açores na produção de manteiga.
Após visita ao museu rumámos à costa nordeste, até à Ponta Ruiva, sendo aí surpreendidos por mais uma placa de museu. Concluimos que além das Flores ser a ilha da manteiga, é também a ilha dos museus. Seguindo as setas, demos conosco no pátio de uma casa, de onde nos surgiu o dono perguntando-nos se queríamos visitar o museu. Abriu-nos a porta de uma casinha de pedra fresca e repleta de pequenos tesouros. Deambulámos por entre as louças, ferramentas e peças de mobília, para terminarmos num delicioso copinho de licor caseiro de araçá.
Terminámos o dia na incrível na baía de Alagoa, onde colhi um belo ramo de agriões de água e uns inhames, para dar um toque florentino ao nosso jantar. Aqui voltámos encontrar o casal de espanhóis, companheiros de viagem do acaso, que acabámos por travar conhecimento por nos surpreendermos constantemente em cada esquina, sem nunca marcarmos encontro. Eles ficaram aqui, acampados, a ouvir garajaus e cagarros. Nós seguimos viagem para a Fazenda para cozer os inhames e fazer a sopa de agrião :).